quarta-feira, 28 de março de 2012

EMPE1 AT.1.5 - Desafio individual - Leitura objetiva

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CURSO DE EDUCAÇÃO MUSICAL
Disciplina: Educação musical - prática e ensino 1
Professoras: Isamara Alves Carvalho e Erica Viana
Tutora Erica Furlan

Música e inteligência
            A Professora Dra. Beatriz Ilari, no texto “A música e o desenvolvimento da mente no início da vida; investigação, fatos e mitos”, procura destacar as relações de causa e efeito que envolvem a música, sendo elas: inteligência, matemática, linguagem e leitura.
            No início do texto, há uma reflexão sobre o crescimento do interesse pelo desenvolvimento cognitivo-musical nos últimos anos. A autora destaca que no período da infância é que se desenvolvem as distinções entre alturas, timbres e intensidades, e que são formadas as preferências e memórias musicais. Processos como impregnação e imitação, geralmente associados a funções psicosociais, são responsáveis pelo desenvolvimento cognitivo-musical da criança.
            Em seguida, dá-se início ao estudo das relações. Na primeira delas, “O aprendizado musical e o desenvolvimento da inteligência humana”, Beatriz fala da tendência natural de associarmos o desenvolvimento musical ao aprendizado de outras áreas de inteligência. Ela cita o exemplo do chamado “Efeito Mozart”, e ressalta que, apesar de apresentar resultados significativos, estes foram muito pequenos estatisticamente. Além disso, não houve registro de réplicas do efeito. Estudos desta relação são difíceis de serem aplicados, porém é possível que no futuro haja progresso. Atualmente, é preciso ter cautela ao relacionar o aprendizado musical à inteligência.
            A segunda relação apresentada, “O aprendizado musical e o raciocínio lógico-matemático”, expõe características comuns entre a matemática e a estrutura musical. Entretanto, a autora cita os estudos de Cutietta, e garante que ele não encontrou relações entre o estudo da música e a melhoria do aprendizado da matemática. O próprio autor supõe que os alunos que despertam interesse por música são mais aplicados e, portanto, apresentam melhor desempenho nos testes.
            Na terceira relação, “O aprendizado musical e o aprendizado da linguagem”, a autora apresenta semelhanças entre a fala dirigida aos bebês e a música, e diz que estudiosos afirmam que os bebês assimilam inicialmente a melodia, para depois absorver o conteúdo das palavras. Apesar dessa relação, a música é separada da linguagem no decorrer da vida. A música apresenta características comuns à linguagem como timbre, altura e ritmo. Por isso, há pesquisadores que procuram relações entre a possível facilidade dos músicos para aprender línguas estrangeiras. Até o momento, não há estatísticas sólidas sobre estas relações.
            A quarta relação, “O aprendizado musical e a leitura”, traz questões sobre a alfabetização. A autora afirma que um estudo realizado por Anvari e colegas (2002)  sugeriu que a percepção musical tem relações estreitas com o desenvolvimento da leitura e com a consciência fonológica. Outros estudos apresentados pela autora sugerem que a criança musicalizada aprenda a ler mais depressa. Ainda assim, é preciso ter cautela com as associações referentes a este tema.
            A autora finaliza salientando que é preciso ter cautela em se afirmar as relações apresentadas. E propõe uma reflexão sobre o ensino da música. Não se deve ensiná-la apenas como reforço das outras habilidades, mas sim, pelo seu expressivo valor histórico, cultural e intelectual.

Referências
ILARI, Beatriz. A música e o desenvolvimento da mente no início da vida; investigação, fatos e mitos. Revista eletrônica de musicologia, v.9, p. 1-8, out.2005. Disponível em: < http://www.rem.ufpr.br/_REM/REMv9-1/ilari.pdf> Acesso em: 21 mar. 2012

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