quarta-feira, 28 de março de 2012

EPM AT.1.7 - A evolução do pentagrama e da clave

Sobre a escrita musical

            A música sempre esteve presente na cultura humana. Este texto demonstra um breve panorama da evolução da escrita musical através da história.
            Evidências arqueológicas de escrita musical foram encontradas nas civilizações mesopotâmica, egípcia e grega. Barbosa (2007) afirma que os gregos representavam a altura musical através das letras do alfabeto.
            Segundo Rezende (2008), a escrita musical no Ocidente foi desenvolvida para o canto. Bennet (1988) afirma que as primeiras notações de cantochão (a música mais antiga de que se tem conhecimento) encontram-se na forma de neumas, que são sinais gráficos desenhados acima do texto, porém sem muita precisão quanto ao desenho melódico.
            Na Idade Média houve um grande avanço na escrita musical. Neste período, os neumas traduziram-se em pontos ou notas. Manteve-se a representação espacial referente aos sons graves e agudos, agora inserida na pauta, segundo Barbosa (2007).
            Ratton (2006) retrata Guido D’Arezzo como um grande responsável pela evolução do pentagrama no século X. O sistema do monge italiano era baseado em quatro linhas horizontais, nas quais as notas eram dispostas. Desta forma, a posição vertical das notas nas linhas indicava sua altura. Este sistema deu origem ao pentagrama atual, que se popularizou no século XVI. Rezende (2008) afirma que entre os séculos XIII e XV o desenvolvimento da escrita musical foi quase exclusivamente na parte rítmica do sistema. Abaixo, um manuscrito musical do séc. XVI.
            As claves se originaram a partir das letras que representavam seus nomes. As claves de Sol, Fá e Dó eram representadas pelas letras G, F e C. Com o decorrer do tempo, os copistas alteraram as formas das letras, dando origem aos símbolos que conhecemos atualmente, segundo Corral (2008).
<http://2.bp.blogspot.com/_-CjwHqHZcoI/S6-8G2BVGRI/AAAAAAAAAug/S07kr5r-N0k/s400/formas+claves.jpg>
            Rezende (2008) afirma que a escrita musical se aperfeiçoou nos séculos seguintes, com a representação voltada também para os instrumentos. Durante este período, buscou-se a universalização da notação musical.
            Com a evolução do registro musical, o ato de memorizar as peças e de improvisar entrou em declínio.
            No final do século XIX era evidente a necessidade de mais recursos que representassem o pensamento musical. Desta forma, símbolos adicionais foram inseridos na partitura pelos compositores do século XX. A imagem abaixo representa a Suíte mirim para piano, de Ernst Widmer (1927-1990).
<http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/teoria_musical/historia_notacao.htm>
            A notação musical contribui, desde sua origem, para o registro sonoro e,  consequentemente, para que a humanidade tenha acesso à História da Música. Porém é preciso ter cautela no ensino desta escrita, já que esta pode limitar o músico executante a tocar “automaticamente” o que está escrito, desprezando sua criatividade. Além disso, apesar de avançada, a escrita musical não é capaz de representar todos os sons. Schafer diz, no livro “O ouvido pensante”: “Sempre resisti à leitura musical, nos primeiros estágios da educação, porque ela incita muito facilmente a um desvio da atenção para o papel e para o quadro-negro, que não são os sons.”

Referências:
BARBOSA, Rogério Vasconcelos. Modos de Representação do Pensamento Musical. São Paulo: UNESP, 2007. 12 p. Trabalho de Conclusão de Curso. Disponível em: <http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2007/composicao/comp_RVasco.pdf> Acesso em: 20 mai. 2012.
REZENDE, Gabriel S. S. Lima. Música, experiência e memória: algumas considerações sobre o desenvolvimento da partitura a partir das obras de Max Weber e Walter Benjamin. Revista Espaço Acadêmico. n. 85. jun. 2008. Disponível em: < http://www.espacoacademico.com.br/085/85rezende.pdf > Acesso em: 20 mai. 2012.

RATTON, Miguel Balloussier. Novas Tecnologias aplicadas à música. II Simpósio de Artes. out/2006. FAP (Faculdade de Artes do Paraná). 14 p. Disponível em: <http://www.music-center.com.br/ftp/Novas_Tecnologias_Aplicadas_a_Musica_MRatton.pdf> Acesso em: 20 mai. 2012.

CORRAL, Sílvio. Teoria Musical – Parte I. 18 set. 2008. 16 p. Apostila.

MELLO, Marcelo. Estruturação e Linguagem Musical. Ourinhos, São Paulo. 2008. 107 p. Apostila. Disponível em: <http://www.marcelomelloweb.kinghost.net/mmtecnico_estruturacao_ap1.pdf> Acesso em: 18 mai. 2012.

SCHAFER, R. Murray. O Ouvido Pensante. 1. ed. São Paulo: UNESP, 1992. 399 p.

WIKIMEDIA. Altura: 954 pixels, Largura: 1455 pixels. 72 dpi. 24 BIT DEPTH. 701 Kb. Formato JPEG image. Compactado. Disponível em: < http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6d/Chigi_codex.jpg> Acesso em: 20 mai. 2012.

CLAVES, Formas e. Altura: 219 pixels. Largura: 318 pixels. 96 dpi. 24 BIT DEPTH. 10.4 Kb. Formato JPEG image. Compactado. Disponível em: < http://2.bp.blogspot.com/_-CjwHqHZcoI/S6-8G2BVGRI/AAAAAAAAAug/S07kr5r-N0k/s400/formas+claves.jpg>. Acesso em: 18 mai. 2012.

WIKIMEDIA. Altura: 954 pixels. Largura: 1455 pixels. 72 dpi. 24 BIT DEPTH. 14.2 Kb. Formato JPEG image. Compactado. Disponível em: < http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6d/Chigi_codex.jpg> Acesso em: 20 mai. 2012.

ADORAÇÃO, Música e. Altura: 127 pixels. Largura: 425 pixels. 96 dpi. 24 BIT DEPTH. 14.2 Kb. Formato HTM image. Compactado. Disponível em: < http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/teoria_musical/historia_notacao.htm>. Acesso em: 20 mai. 2012.

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